quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Suco ou fruta? Eis a questão!



É uma dúvida muito corriqueira: “Se eu tomar 1 copo de suco, vale por uma porção de fruta?”.
Até vale, desde que seja suco natural – aquele feito com a fruta cortada na hora, sem conservantes – pois o suco contém as vitaminas e minerais da fruta.
Ainda assim, comer a fruta apresenta mais vantagens, pois:
-                     Comendo a fruta, não é necessário adicionar açúcar, que traz inúmeros malefícios à saúde;
-                     Se o suco for coado, há perda das fibras, o que não ocorre quando comemos a fruta;
-                     As fibras das frutas são importantes para o funcionamento intestinal, controle do diabetes e do colesterol;
-                     O consumo da fruta promove mais saciedade. Devido à existência das fibras, (que muitas vezes são coadas no preparo do suco) os carboidratos entram lentamente no sangue, passando a fome por mais tempo. Além do que, comendo a fruta, precisamos mastigar, e ao faze-lo, estimulamos a liberação de hormônios que sinalizam a sensação de saciedade.
Por isso, dê prioridade às frutas, principalmente se você não consome sucos naturais sem açúcar e sem coar.
Mas preciso deixar claro que o suco natural é um bom alimento. Apresenta uma vantagem: fornece mais água, melhorando a hidratação em dias quentes. E existem frutas que só são bem aceitas na forma de suco, como maracujá e limão.
Vale ainda ressaltar, que não há o que se discutir sobre o fato de ser uma ótima opção a substituição de outras bebidas como: refrigerante, suco artificial, bebidas alcoólicas por suco natural, mesmo a fruta sendo soberana.
Não tem jeito, tudo na vida é questão de equilíbrio.
Saúde!









quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Criança toma suco de limão sem açúcar e não gosta de refrigerante


Parece uma manchete de jornal, não é mesmo? Pelo perfil da alimentação de hoje, bem que poderia ser... E é verídico!
Essa criança maravilhosa e super saudável, é o Bruno, filho de 3 anos da minha amiga nutricionista, Fernanda Laino. Fui visitá-la nestas férias, tudo de bom! Fiquei impressionada na hora do almoço, quando vi Bruno indo direto na tigela de rúcula! Coisa linda de se ver!
Minha amiga relatou que, como em sua casa o açúcar só é usado em bolos ou esporádicas sobremesas, Bruno aceita muito bem suco sem açúcar, inclusive o de limão! E ainda: com o paladar adaptado a uma alimentação saudável desde o nascimento, rica em alimentos naturais, ele recusou refrigerante na única vez em que provou, numa festa de aniversário!
Bruno é uma criança como todas as outras, a diferença é que logo no início do processo de formação dos hábitos alimentares, ele teve a oferta do que realmente é saudável.
A criança não nasce gostando de açúcar, doces, biscoitos, salgadinhos. Na verdade, ela não nasce escolhendo nenhum sabor, as preferências alimentares surgirão com base no que for ofertado a ela. Ninguém sente vontade de comer aquilo que nunca provou. Se você nunca tomou suco com açúcar, não sentirá a mínima falta, pelo contrário, achará estranho quando for adoçado. Até mesmo o refrigerante – tão idolatrado pela maioria das crianças –  devido ao sabor excessivamente doce, ao ácido fosfórico e gás, pode parecer estranho ao paladar adaptado a sabores suaves e naturais.
O mesmo pode acontecer até com adultos após processo de educação alimentar, onde se resgatam bons hábitos e apreciação do que é comida de verdade.
Muitas crianças detestam frutas, verduras e legumes, pois muitas não tiveram acesso logo que começaram a receber outros alimentos além do leite materno. Após alguns anos consumindo produtos ricos em açúcar, gordura e sal, fica difícil gostar do que é saudável. Difícil, mas não impossível!
Por isso, convidei a minha amiga para enriquecer o blog com postagens relacionadas à alimentação e nutrição infantis. Ninguém melhor que uma mamãe nutricionista para falar do assunto, não é?
Então vamos aguardar, que em breve, teremos muita informação da Dra. Fernanda sobre a alimentação dos pequenos, que serão os adultos saudáveis de amanhã!



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mundo obesogênico


Ainda refletindo sobre a viagem no metrô...
Depois de passar pela esteira rolante pró-sedentarismo (vide postagem abaixo), fiquei uns 40 segundos olhando para a enorme foto de uma pizza congelada que estava estampando a porta da plataforma do metrô, enquanto aguardava o embarque.
Puxa, até lá a propaganda vai! Eles não podem mais esperar você chegar em casa pra te bombardear com comerciais televisivos de produtos cheios de gordura e sal. Agora começam antes disso, te seguindo nos transportes coletivos.
Bem-vindos ao mundo obesogênico! Grande oferta de comida desprovida de valor nutritivo, somada aos equipamentos tecnológicos que fazem tudo por você – até te carregar, mesmo quando o espaço é curto.
Isso explica a alta prevalência de sobrepeso e obesidade, e conseqüentemente, de problemas cardiovasculares na população.
Enquanto isso, percebendo a perda de mercado, a indústria inventa “soluções” para os problemas que ela mesma criou.  Eis que surgem os produtos dietéticos e light! Então, além de um consumidor de produtos altamente gordurosos e açucarados, você se torna um comprador de produtos diet, light e zero, que nem de longe são a solução. Zero nutrientes, zero saúde...
A indústria sempre ganha e você sempre perde.
A solução é muito mais simples, está no regaste das frutas, verduras, legumes, do arroz com feijão. Mas infelizmente, não há espaço para alimentos de verdade na mídia.



 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Cúmulos do sedentarismo

Quem já usou a nova linha do metrô -  4 amarela – viu aquelas esteiras rolantes que conduzem – muito lentamente - os usuários vindos da linha verde. Cúmulo do sedentarismo!

Ficar parado ali em cima e deixar ser arrastado lentamente pela esteira é prova de que estamos importando os maus hábitos norte-americanos em todos os sentidos!
Já temos pouca oportunidade de nos exercitar em meio a tanta tecnologia: vidro elétrico, controle remoto, elevador, escada rolante. Quando temos a oportunidade de andar uns 200 metros para trocar de linha no metrô, lá está uma esteira para nos carregar! E é preciso dizer que esses 200 metros são cobertos, planos, em linha reta, sem obstáculos. Qual o problema então de ir andando?! Nós não vivemos com pressa?
As pessoas alegam não ter tempo nem pra fazer uma salada ou um suco natural que leva 5 minutos, mas podem ficar quase paradas naquela plataforma de levar gente...
Será que a população atual tem necessidade de um equipamento desse?

Prefiro acreditar que feste tipo de plataforma foi planejado pensando em idosos e pessoas com algum problema de mobilidade.
Então, se este não for o seu caso, não desperdice as oportunidades para se movimentar. O nosso corpo é todo cheio de articulações justamente para permitir movimentos a nossa espécie. Aproveite essa habilidade: suba escadas, vá a pé até a padaria, mercado; desça um ponto antes, não use esteiras rolantes... Pode parecer pouco, mas várias pequenas atividades somadas, ao final do dia, fazem diferença.  
Não gosto de falar em calorias, mas sei que todos visualizam melhor com números, então, vou dar um exemplo:

Se você seguir as dicas acima poderá acumular facilmente uns 15 minutos de caminhada, gerando um gasto de cerca de 55 kcal, que somadas às calorias de 10 minutos descendo escadas (70kcal), totalizarão uma perda de 125 kcal diárias. Em uma semana serão 625 kcal perdidas, o mesmo gasto de 1 hora de natação!

Que sentido faz ir à academia se exercitar, porém fora de lá, fazer de tudo pra não se mover? A foto abaixo ilustra bem essa situação:

E esta então:


Também é o cúmulo, não é?

A população precisa de uma mudança de hábitos urgente, pois vários padrões já estão sendo mudados:



Movimente-se!

Até a próxima!

Referência: Dados da American Medical Association, Américan College of Sports Medicine e Sociedade Americana de Endocrinologia.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Filé-mignon tem mais gordura que bucho

Muitas pessoas ainda acreditam que os alimentos saudáveis são os mais caros, mas muitas vezes é o contrário. Vejam só o filé-mignon, possui teor de gordura mais elevado que outras carnes de preço bem mais acessível:
Enquanto 100g (1 bife médio) de filé-mignon grelhado fornecem quase 9g de gordura, a mesma quantidade de contrafilé grelhado fornece 4,5g de gordura, ou seja, a metade. Já a maminha, que também é um corte bem mais barato, fornece ainda menos - 2,4g de gordura, e ainda um pouco menos de colesterol.

Não é difícil concluir que o filé-mignon é uma carne gordurosa, mesmo que seja retirada a gordura aparente, pois o que dá maciez à carne é justamente a gordura que fica entre os músculos. Logo, quanto mais macia a carne, mais gorda ela é, o que faz o filé-mignon ter mais gordura até do que o bucho, que em 100g fornece 4,5g de gordura.
No entanto, não quero sugerir que é preferível bucho ao filé, uma vez que o bucho acompanha fontes de gordura e sódio como bacon e lingüiça.

Já o contrafilé e a maminha são trocas mais saudáveis, e muito mais acessíveis!

Mas não esqueça que as carnes brancas (de aves e peixe) são mais recomendadas, por possuírem pouca gordura. O consumo de peixe, pouco consumido pelo brasileiro, pode previnir  doenças   cardiovasculares.

Boa semana para todos!

Fonte: TACO - Tabela brasileira de composição de alimentos / NEPA – UNICAMP.- 4. ed. rev. e ampl. Campinas: NEPAUNICAMP, 2011.161 p.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

12 motivos para você comer abacate


Refletindo sobre a postagem anterior, lembrei de um alimento que, infelizmente, muitas pessoas deixaram de consumir por considera-lo calórico - o abacate. Venho então, na defesa deste rico, porém injustiçado alimento, listar alguns motivos para tirar-lhe o estigma de vilão:

1- Entre as frutas, o abacate é uma das que possui maior teor de proteínas.

2- Seus compostos antioxidantes (vitamina E e luteína) têm sido relacionados à prevenção de doenças crônico-degenerativas;

3- Essas mesmas substâncias podem contribuir para a prevenção do envelhecimento precoce.

4- Estudos recentes mostraram que o consumo regular de abacate contribuiu para a redução do colesterol “ruim” e dos triglicerídeos sanguíneos;

5- Também foi visto que seu consumo pode diminuir a glicemia em pacientes diabéticos;

6- Sendo assim, pode contribuir para reduzir o risco de doenças do coração.

7- Evidências científicas apontam que compostos presentes no abacate podem contribuir para a prevenção do câncer de próstata, cólon e mama.

8- Por ser fonte de fibras e de óleos de excelente qualidade, o abacate ajuda a promover saciedade, podendo portanto, auxiliar no controle do apetite.
9 - Pesquisas têm demonstrado que a luteína, substância responsável pela coloração verde do abacate, pode reduzir a degenaração da visão relacionada à idade, por proteger os fotoreceptores oculares reduzindo em 40% a incidência da luz danosa à retina.

10- A luteína também reduziu o risco de catarata, como comprovado em estudos.

11- Trabalhos indicam que o consumo de abacate pode auxiliar no tratamento de doenças reumáticas e articulares, por possuir componente antiinflamatório;


12- Pelo mesmo motivo pode atuar no tratamento da celulite, acne e obesidade. 

Será que convenci que vale a pena consumir abacate? Espero muito que sim!
É importante ressaltar que para que os benefícios existam o consumo de abacate deve ser regular, estar associado a uma alimentação adequada e a hábitos de vida saudáveis.
E lembre-se sempre que todas as frutas, verduras e legumes devem ser consumidos com variedade, pois todos possuem inúmeras propriedades benéficas ao organismo, assim como o abacate. Dê uma oportunidade à eles!

"Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio"

Hipócrates


Até a próxima!


REFERÊNCIAS:

ALVES-RODRIGUES, A.; SHAO, A. The science behind lutein. Toxicol. Lett., v. 150, p. 57-83, 2004.

AWAD, A.B. et. al. β-Sitosterol activates Fas signaling in human breast cancer cells. Phytomedicine, v. 14, n. 11, p. 747-754, nov. 2007.

AWAD, A B, et al. In vitro and in vivo (SCID mice) effects of phytosterols on the growth and dissemination of human prostate cancer PC-3 cells. European Journal of Cancer Prevention, v. 10, n. 6, p. 507-513, 2001.

AWAD, A. B.; FINK, C. S. Phytosterols as Anticancer Dietary Components: Evidence and Mechanism of Action. Journal of Nutrition. v. 130, p.2127-2130, 2000.

CHOY, H.Y., et. al. Induction of Bax and activation of caspases during beta-sitosterol-mediated apoptosis in human colon cancer cells. International Journal of Oncology, v. 23, n.6, p. 1657-1662, 2003.

DAGNELIE, G.; ZORGE, I.; McDONALD, T. M. Lutein improves visual fiunction in some patients whit retinal degeneration: a pilot study via the internet. Optometry, v. 71, p. 147-164, 2000.

LU. Qing-Yi et al. Inhibition of prostate cancer cell growth by an avocado extract: role of lipid-soluble bioactive substances. The Journal of Nutritional Biochemistry, v. 16, n. 1, p. 23-30, jan. 2005.

MATHEU, E. et al. Symptomatic efficacy of avocado/soybean unsaponifiables in the treatment of osteoarthritis of the knee and hip: A prospective, randomized, double-blind, placebo-controlled, multicenter clinical trial with a six-month treatment period and a two-month followup demonstrating a persistent effect. Arthritis & Rheumatism., v. 41, n.1, p. 81-91, jan. 1998.

OVENÁ, Z.; VACHÁLKOVÁ, A; HORVÁLTHOVÁ, K. Taraxasterol and beta-sitosterol: new naturally compounds with chemoprotective/chemopreventive effects. Neoplasma, v. 51, n.6, p. 407-414, 2004.

RODRIGUES, A. L.; SANTIONONI, E.; SOARES, H. F. O consumo do Abacate (Persea Americana Mill) e seus efeitos na saúde. Revista Nutrição, Saúde e Performance. ed. 43. São Paulo, SP: 2009.

SOARES, H. F.; ITO, M.K. O ácido graxo monoinsaturado do abacate no controle das dislipidemias. Rev. Ciênc. Méd. Campinas, v. 9, n.2, p. 47-51, 2000.

STRINGHETA, P.C. et al. Luteína: propriedades antioxidantes e benefícios à saúde. Alim. Nutr. v. 17, n.2, p.229-238, Araraquara, abr./jun. 2006.



quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

As calorias não importam como parecem

Não há nada mais chato e neurótico que ficar contando calorias, não é mesmo? Você vai descobrir agora que elas não são tão importantes.
Emagrecer é um processo complexo, que vai muito além do controle da ingestão de calorias. Ademais, o valor calórico é somente um ponto a ser observado em uma alimentação saudável, que vise o bem estar do indivíduo como um todo.
A informação calórica em si é vazia de dados 'qualitativos' mesmo quando o valor calórico é semelhante em valores numéricos. Isso significa que há alimentos que, apesar de relativamente calóricos, são essencialmente nutritivos, ao passo que outros que possuem baixo teor de calorias são prejudiciais à saúde.
Um bom exemplo, é a comparação entre os nutrientes da banana e os compostos do refrigerante diet. Não há como equiparar esses dois produtos em termos de benefícios, mesmo que uma banana tenha cerca de 100 calorias e o refrigerante diet, quase zero.
Veja no resumo abaixo as ações dos nutrientes da banana e dos compostos do refrigerante diet no organismo:
Sistema nervoso central
Banana: fonte de “triptofano”, aminoácido precursor do hormônio serotonina, relacionado à sensação de felicidade e bem-estar, utilizado no tratamento da depressão. Uma alimentação rica em frutas, além de verduras e legumes está associada a menor do risco de Acidente Vascular Encefálico (derrame).
Fonte de vitamina B6, cuja deficiência pode causar depressão. É utilizada no tratamento da TPM (Tensão Pré Menstrual). Importante para o desenvolvimento do sistema nervoso central e função cognitiva.
Refrigerante diet: contém corantes, conservantes e acidulantes que estão associados a alergias, hiperatividade, déficit de atenção, irritabilidade e falta de concentração. Devido à presença de aspartame (tipo de adoçante) pode provocar dor de cabeça.


Sistema respiratório
Banana: uma alimentação rica em frutas, legumes e verduras está associada à baixa incidência de doenças, entre elas as doenças pulmonares crônicas e obstrutivas, incluindo a asma e a bronquite.
Refrigerante diet: corantes, conservantes e acidulantes estão relacionados a maior risco de asma e bronquite e alergias respiratórias.
Sistema cardiovascular
Banana: a vitamina B6, juntamente com as vitaminas B9 e B12, previnem doenças cardiovasculares. Fonte de potássio e magnésio, que auxiliam no controle da pressão arterial.
Refrigerante diet: contém quantidade excessiva de sódio, o que pode provocar hipertensão e outros problemas cardiovasculares.
Estômago
Banana: rica fonte de fibras, cujo consumo adequado pode prevenir gastrite e úlcera.
Refrigerante diet: corantes, conservantes e acidulantes estão relacionados a problemas gástricos.
Intestino
Banana: fonte de fibras, prebióticos e substâncias que melhoram o funcionamento intestinal e previnem câncer de cólon e mamas.
Refrigerante diet: contém corantes, conservantes, acidulantes, ácido fosfórico e cafeína (no caso das colas) que são irritantes da mucosa intestinal.
Ossos
Banana: fonte de magnésio, mineral importante para a absorção de cálcio que fortalece os ossos.
Refrigerante diet: cafeína, ácido fosfórico e excesso de sódio aumentam o risco de fraturas ósseas.
Sistema renal
Banana: o magnésio que possui efeito inibidor na formação de cálculos renais.
Refrigerante diet: quantidades excessivas de sódio aumentam o risco de cálculos renais. O risco é aumentado se possuir o adoçante sorbitol. Se possuir adoçante “sacarina”, pode aumentar o risco de câncer na bexiga.
Risco de câncer
Banana: o consumo adequado de frutas, bem como de verduras e legumes está associado à diminuição do risco de vários tipos de câncer (boca, esôfago, pulmão, estômago, cólon, reto, pâncreas, mama e bexiga).
Refrigerante diet: foi encontrado benzeno em algumas marcas de refrigerantes. É uma substância altamente carcinogênica, constituinte do petróleo, utilizada como matéria prima nas indústrias químicas, encontrada na gasolina e na fumaça do cigarro. Adicionalmente, os aditivos em geral, estão relacionados ao aumento do risco de câncer no aparelho digestório. O adoçante ciclamato está relacionado a certos tipos de câncer, e por esse motivo, foi proibido nos EUA.

Viu só como saúde é uma questão que vai muito além de teor calórico dos alimentos, do quanto podem ou não engordar? Pense no que eles podem trazer a você em termos nutricionais, de construção da saúde e harmonia metabólica.
Você emagrecerá com mais facilidade e efetivamente, se o objetivo não for pura e simplesmente a perda de peso, e sim, a vitalidade, prevenção de doenças e manutenção e integridade do seu organismo.
Assim como a banana, todas as frutas são ricas em compostos bioativos capazes de fazer muito pela sua saúde, uma oferta da natureza, só estão esperando uma oportunidade de fazer parte da sua alimentação diária!
Alimente-se com o que é realmente nutritivo e a perda de peso será apenas uma das inúmeras conseqüências benéficas!
Um ano novo cheio de saúde para todos!

Referências:
ANJO, D. L. C. Alimentos funcionais em angiologia e cirurgia vascular. Jornal Vascular Brasileiro. v. 3, n. 2, p. 145- 154, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira: Promovendo a alimentação saudável. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Brasília, 2006.
CARMEN, R. et al. Comportamento do Magnésio Urinário em Pacientes Com Litíase Renal. J Bras Nefrol.,v. XXVII, n. 3, 2005.
FERREIRA DA COSTA, M. A.; BARROZO DA COSTA, M. F. Benzeno: uma questão de saúde pública. INCI, v.27, n.4, p.201-204, abr. 2002.
GARCIA-CONTRERAS, F. et al. Cola beverage consumption induces bone mineralization reduction in ovariectomized rats. Arch Med Res, v. 31, n. 4, p. 360-365, 2000.
GUERREO- ROMERO, F.; RODRIGUEZ-MORAN M.; REYES E. Consumption of soft drinks with phosphoric acid as a risk factor for the development of hypocalcemia in postmenopausal womem. J Clin Epidemiol, v.52, p. 1007-1010, 1999.
PROTEST – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. Pesquisa de aditivos. Disponível aqui. Acessado em 06 de junho de 2011.
PROTEST – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. Notícia: MPF investiga benzeno no refrigerante. Disponível aqui. Acessado em 06 de junho de 2011.
WYSHAK, G. Teenaged girls, carbonated beverage consumption, and bone fractures. Arch Pediatr Adolesc Med., v. 154, n. 6, p. 610-613, 2000.
WYSHAK, G. & FRISCH, R.E. Carbonated beverages, dietary calcium, the dietary calcium/phosphorus ratio, and bone fractures in girls and boys. J Adolesc Helath, v. 15, n. 3, p. 426-430, 1994.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O Império da vaidade

Pra reforçar as idéias expostas na postagem anterior, trago a seguir um maravilhoso texto do jornalista Paulo Moreira Leite:

Em tempos de ditadura da beleza, o corpo é massacrado pela indústria e pelo comércio, que vivem da nossa insegurança, impotência e angústia.




Você sabe por que a televisão, a publicidade, o cinema e os jornais defendem os músculos torneados, as vitaminas milagrosas, as modelos longilíneas e as academias de ginástica? Porque tudo isso dá dinheiro. Sabe por que ninguém fala do afeto e do respeito entre duas pessoas comuns, mesmo meio gordas, um pouco feias, que fazem piquenique na praia? Porque isso não dá dinheiro para os negociantes, mas dá prazer para os participantes.
O prazer é físico, independentemente do físico que se tenha: namorar, sentir o sol na pele, carregar o filho no colo, andar descalço, ficar em casa sem fazer nada. Os melhores prazeres são de graça: a conversa com o amigo, o cheiro do jasmim, a rua vazia de madrugada, e a humanidade sempre gostou de conviver com eles. Ter um momento de prazer é compensar muitos momentos de desprazer. Relaxar, descansar, despreocupar-se, desligar-se da competição, da áspera luta pela vida - isso é prazer.
Mas vivemos num mundo onde relaxar e desligar-se se tornou um problema. O prazer gratuito, espontâneo, está cada vez mais difícil. O que importa, o que vale, é o prazer que se compra e se exibe, o que não deixa de ser um aspecto da competição. Estamos submetidos a uma cultura atroz, que quer fazer-nos infelizes, ansiosos, neuróticos. As filhas precisam ser Xuxas, as namoradas precisam ser modelos que desfilam em Paris, os homens não podem assumir sua idade.
Não vivemos a ditadura do corpo, mas seu contrário: um massacre da indústria e do comércio. Querem que sintamos culpa quando nossa silhueta fica um pouco mais gorda, não porque querem que sejamos mais saudáveis, mas porque, senão ficarmos angustiados, não faremos mais regimes, não compraremos mais produtos dietéticos, nem produtos de beleza, nem roupas e mais roupas. Precisam da nossa impotência, da nossa insegurança, da nossa angústia.       
O único valor coerente que essa cultura apresenta é o narcisismo. Vivemos voltados para dentro, à procura de mundos interiores (ou mesmo vidas anteriores). O esoterismo não acaba nunca - só muda de papa a cada Bienal do Livro -, assim como os cursos de autoconhecimento, auto-realização e, especialmente, autopromoção. O narcisismo explica nossa ânsia pela fama e pela posição social. É hipocrisia dizer que entramos numa academia de ginástica porque estamos preocupados com a saúde. Se fosse assim, já teríamos arrumado uma solução para questões mais graves, como a poluição que arrebenta os pulmões, o barulho das grandes cidades, a falta de saneamento.
Estamos preocupados em marcar a diferença, em afirmar uma hierarquia social, em ser distintos da massa. O cidadão que passa o dia à frente do espelho, medindo o bíceps e comparando o tórax com o vizinho do lado, é uma pessoa movida por uma necessidade desesperada - precisa ser admirado para conseguir gostar de si próprio. A mulher que faz da luta contra os cabelos brancos e as rugas seu maior projeto de vida tornou-se a vítima preferencial de um massacre perpetrado pela indústria de cosméticos. Como foi demonstrado pela feminista americana Naomi Wolf, o segredo da indústria da boa forma é que as pessoas nunca ficam em boa forma: os métodos de rejuvenescimento não impedem o envelhecimento, e assim por diante. O que se vende não é um sonho, mas um fracasso, uma angústia, uma derrota.
Estamos atrás de uma beleza frenética, de um padrão externo, fabricado, que não é neutro nem inocente. Ao longo dos séculos, a beleza sempre esteve associada ao ócio. As mulheres do renascimento tinham aquelas formas porque isso mostrava que elas não trabalhavam. As belas personagens femininas do romantismo brasileiro sempre tinham a pele branca, alabastrina - qualquer tom mais moreno, como se sabe, já significava escravidão e trabalho. Beleza é luta de classes. Estamos na fase da beleza ostentatória, que faz questão de mostrar o dinheiro, o tempo livre para passar tardes em academias e mostra, afinal, quem nós somos: bonitos, ricos e dignos de ser admirados.