domingo, 17 de junho de 2012

Cuidado: “0 de gordura trans” pode não significar que de fato não contenha




            Como eu havia prometido, trouxe uma pauta sobre gordura trans.

            Este tipo de gordura é obtido por processamento da indústria, que transforma óleo em gordura sólida para torná-lo mais estável à cocção. 
       O problema é que para isso, o óleo, uma fonte de gordura considerada boa (insaturada), é transformado, por processo denominado “hidrogenação”, em gordura do tipo “trans”, que é maléfica.
           
            Os principais efeitos à saúde do consumo de gordura trans são:

-        Aumento do colesterol LDL (colesterol “ruim”)

-        Diminuição do HDL (colesterol “bom”)

-        Aumento de fatores inflamatórios

-        Aumento do risco de doença cardiovascular


            Como vimos na postagem anterior, muitas vezes, os valores da tabela de composição dos rótulos dos produtos referem-se a uma porção muito menor do que a que você ingere. O pior de se utilizar uma quantidade bem inferior ao pacote todo para o cálculo de nutrientes, é que a gordura trans pode ficar mascarada. Ao verificar o rótulo, o consumidor pode acreditar que em certos produtos não há gordura trans, pois consta “0g” na tabela de informação nutricional, mas ainda assim o produto pode conter. O erro acontece porque, em alguns casos, a quantidade de gordura trans em 1 porção é pequena, e por esse motivo não há obrigatoriedade da  declaração no rótulo. Porém, quando se consome mais do que a porção discriminada pelo fabricante (o que é muito provável que aconteça), pode haver valores consideráveis dessa gordura.
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            Mas, não se desesperem. Existe uma forma de ter certeza da presença da gordura trans! É só verificar na lista de ingredientes que consta na embalagem a presença de alguns destes dizeres: 

 “gordura vegetal”, ou “gordura vegetal hidrogenada” – significam trans.


            Observe também a presença de “gordura de palma”. A indústria vem substituindo a trans por este outro tipo de gordura, que também não é bom. É quase como trocar 6 por meia dúzia...

            Mais uma informação importante a se observar nos rótulos dos produtos!



REFERÊNCIAS:

CHIARA, Vera Lucia; SILVA, Rosilaine; JORGE, Renata  e  BRASIL, Ana Paula. Ácidos graxos trans: doenças cardiovasculares e saúde materno-infantil. Rev. Nutr. [online]. 2002, vol.15, n.3, pp. 341-349. ISSN 1415-5273.
MARTIN, Clayton Antunes; MATSHUSHITA, Makoto  and  SOUZA, Nilson Evelázio de. Ácidos graxos trans: implicações nutricionais e fontes na dieta. Rev. Nutr. [online]. 2004, vol.17, n.3, pp. 351-359. ISSN 1415-5273.

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