Rio -  Você costuma ler os rótulos dos produtos que você compra no supermercado? Cuida para não levar para casa produtos fora da validade? Mas isto não basta. Você presta atenção naquele quadradinho onde estão escritas as coisas que contém na caixa, no pote, na lata ou no pacote que compra? Se a sua resposta é não, lamento informarque está comprando gato por lebre, como diz o ditado popular. É triste não? Mas é sério e é verdade. Junto com os alimentos que você consome existem vários componentes químicos tipo corantes, acidulantes, estabilizantes, espessantes, aromas disto e daquilo e traços de coisas que você nem suspeita.
Todos estes ingredientes adicionados aos produtos servem para eles durarem mais tempo e sua saúde, menos. Aprendi muito conversando com a nutricionista Andréia Moura, uma especialista em alimentação e uma espécie de detetive de rótulos. Segundo ela, a primeira coisa a reparar no rótulo é nome do primeiro ingrediente da lista do que cada coisa contém. Porque o primeiro é o que tem mais naquele tipo de alimento. O caso do açúcar, por exemplo, é muito sério porque afeta os diabéticos e os que querem ou precisam emagrecer e o açúcar pode estar disfarçado entre vários apelidos tipo: sacarose, glicose, glucose, caramelo, melaço, xarope de glicose, xarope de milho, açúcar invertido e açúcar de confeiteiro. E todos são a mesma coisa: açúcar.
Tem barrinha de cereal, aquela que você jura que é do bem, que tem, disfarçados, quatro tipos de açúcar. Tá bom pra você? Sabe a salsicha? É outra vilã. O primeiro item do rótulo de uma determinada marca pode ser carne mecanicamente separada de frango, e depois vem um monte de itens e termina com “aroma natural de fumaça”. Sabem o que Andréia me contou? Que este “aroma” a indústria obtém transformando fumaça em pó, para dar o gostinho de defumado. Vai lendo o rótulo que pode encontrar também miúdos e, pasmem, pele suína. Está tudo lá, escrito, como manda a lei, mas em letra bem pequenina. E quer saber outra coisa: o consumo de embutidos quase triplicou nos últimos três anos.
E você também come pele de frango quando compra aqueles empanados que as crianças adoram. Gelatina também é do mal: tem corantes de todo tipo e nenhum nutriente de verdade. Pra não alimentar nosso organismo com os corantes químicos, de nomes esquisitos, tipo tartrazina, azul brilhante, amarelo crespúsculo ou vermelho 40 a gente tem que voltar a comer comida de verdade: legumes, verduras e frutas. De preferência orgânicos, se o bolso deixar. Ou voltar a plantar e colher nosso próprio alimento. Momento difícil!